Na manhã desta quinta-feira, Andréia Carneiro, Coordenadora Adjunta da 10ª Coordenadoria Regional de Saúde, e Haracelli Fontoura, Coordenadora Regional, participaram de uma entrevista na emissora Tchê Alegrete, onde falaram sobre a Mpox. Elas enfatizaram a importância de procurar orientação médica ao surgirem os primeiros sintomas, para descartar outras doenças com sintomas semelhantes, e alertaram sobre a necessidade de redobrar os cuidados preventivos.
*Entenda o que é a Mpox*
A Mpox é uma doença viral zoonótica causada pelo vírus Mpox, cujo reservatório natural ainda é desconhecido. O nome "Mpox" foi oficialmente adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em novembro de 2022, como parte de um esforço para usar uma nomenclatura eticamente aceitável, evitando a associação com primatas não-humanos, que comprovadamente não são reservatórios da doença. Além disso, o vírus e seus clados foram renomeados como vírus Mpox, Clado 1 e Clado 2.
Em 14 de agosto de 2024, a OMS declarou a Mpox como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) devido ao surgimento de uma nova cepa do vírus, o Clado Ib, detectado pela primeira vez em setembro de 2023 na República Democrática do Congo. Mais recentemente, essa cepa foi identificada em países vizinhos, aumentando o risco de uma nova disseminação internacional.
*Modo de Transmissão:* A Mpox é transmitida principalmente através do contato direto com lesões de pele de pessoas infectadas ou com objetos e superfícies recentemente contaminados pelas secreções dessas lesões. A transmissão por gotículas respiratórias também é possível, mas requer contato próximo e prolongado entre a pessoa infectada e pessoas suscetíveis.
*Período de Incubação:* Os sinais e sintomas da Mpox geralmente começam dentro de uma semana após a exposição, mas podem aparecer entre 1 e 21 dias. Para fins de vigilância epidemiológica, como o monitoramento de contatos e a definição da duração do isolamento, adota-se o período máximo de 21 dias.
*Sintomas:* O principal sintoma da Mpox são as erupções cutâneas, que podem se manifestar em diversas formas: máculas, pápulas, vesículas ou crostas. Essas lesões podem afetar todo o corpo, incluindo o rosto, palmas das mãos, plantas dos pés, órgãos genitais, mucosa oral e anal, e podem ser acompanhadas de sintomas sistêmicos, como febre, cefaleia, adenomegalia e mialgia.
*Transmissibilidade:* O período de transmissibilidade da Mpox dura até que as lesões estejam completamente cicatrizadas ou os sintomas tenham desaparecido.
Também foram registrados casos em que as manifestações cutâneas típicas estavam ausentes. Por isso, orienta-se considerar como suspeitos pacientes que apresentem: - Lesão única ou lesões pouco numerosas em regiões oral, perianal ou genital; - Proctite, com dor anorretal ou sangramento; - Edema peniano, mesmo sem lesão visível.
*Medidas de Prevenção para a População em Geral*
Para prevenir a Mpox, a população deve usar máscara, higienizar as mãos com frequência e evitar contato direto e prolongado com pessoas com suspeita ou confirmação da doença. Caso haja suspeita de um caso de Mpox em uma pessoa próxima, além de usar máscara e higienizar as mãos, é importante evitar o compartilhamento de objetos pessoais, como toalhas, lençóis, roupas, copos e talheres. A higienização adequada desses objetos pode ser feita com água morna ou quente e sabão.
*Vacinação para Mpox*
A vacinação contra Mpox tem como principal objetivo reduzir o risco de evolução para casos graves entre os indivíduos de maior risco, não sendo a principal forma de prevenção da doença. A estratégia de vacinação é dividida em profilaxia pós-exposição para contatos próximos e profilaxia pré-exposição para grupos específicos, como: 1. Pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA): homens cisgêneros, travestis e mulheres transexuais, com idade igual ou superior a 18 anos, independentemente do status imunológico; 2. Profissionais de laboratório que trabalham diretamente com Orthopoxvírus em laboratórios com nível de biossegurança 3 (NB-3), de 18 a 49 anos.